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:: Escultura - Mármore...


...sigo um caminho de estátuas partidas,
por entre flocos de pássaros que caem
do inverno e a neve no topo das montanhas
que os deuses desprezaram.
Escrevo nos pedestais um epitáfio branco para
que um dia os peregrinos se detenham e leiam:
«Aqui esteve aquele que que venceu o amor
quando o amor o venceu.»
Numa berma de lama e erva arrancada
ficou a memória dessas tardes.
Nuno Judice
por entre flocos de pássaros que caem
do inverno e a neve no topo das montanhas
que os deuses desprezaram.
Escrevo nos pedestais um epitáfio branco para
que um dia os peregrinos se detenham e leiam:
«Aqui esteve aquele que que venceu o amor
quando o amor o venceu.»
Numa berma de lama e erva arrancada
ficou a memória dessas tardes.
Nuno Judice
domingo
:: Uma Voz na Pedra...


Uma Voz na Pedra
Não sei se respondo ou se pergunto.
Sou uma voz que nasceu na penumbra do vazio.
Estou um pouco ébria e estou crescendo numa pedra.
Não tenho a sabedoria do mel ou a do vinho.
De súbito ergo-me como uma torre de sombra fulgurante.
A minha ebriedade é a da sede e a da chama
Com esta pequena centelha quero incendiar o silêncio.
O que eu amo não sei.
Amo em total abandono.
Sinto a minha boca dentro das árvores e de uma oculta nascente.
Indecisa e ardente, algo ainda não é flor em mim.
Não estou perdida, estou entre o vento e o olvido.
Quero conhecer a minha nudez e ser o azul da presença.
Não sou a destruição cega nem a esperança impossível.
Sou alguém que espera ser aberto por uma palavra.
António Ramos Rosa
martes
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